Com 11 comportas automatizadas, a tecnologia instalada nos canais da Doca e da Tamandaré combatem enchentes na capital paraense
Historicamente, Belém sofre nos meses do “inverno Amazônico“, quando o volume no nível das chuvas aumenta e coincide com a alta da maré na cidade peninsular. Afinal, a junção destes dois fenômenos da natureza combinados à pouca permeabilidade do solo em determinadas áreas da capital resultam em alagamentos, enchentes e muitos transtornos para a população.
Em busca de uma solução, a Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) anunciou a instalação de uma tecnologia inovadora em Belém: serão utilizadas 11 novas comportas do sistema antialagamento da cidade. O projeto já está em funcionamento e faz parte dos projetos dos Parques Lineares da Nova Doca e da Nova Tamandaré.
De acordo com informações da secretaria, o novo sistema conta com seis comportas instaladas no canal da Nova Doca e outras cinco no canal da Nova Tamandaré. As estruturas são do tipo flap horizontal, uma tecnologia específica para os canais da região, que se destaca por seu funcionamento totalmente automático e hidráulico.
Funcionamento inteligente
O mecanismo opera da seguinte forma: quando a maré da baía começa a subir, as comportas fecham automaticamente, impedindo que o excesso de água adentre os canais. Essa ação preventiva evita transbordamentos e alagamentos nas áreas circunvizinhas, um problema recorrente para os moradores de toda a Belém durante os períodos de chuvas intensas.
Entre as vantagens deste tipo de equipamento está a facilidade de manutenção e a maior resistência às condições climáticas adversas, características essenciais para o clima amazônico.
Principais áreas beneficiadas
A priori, o projeto beneficia diretamente seis bairros de Belém: Campina, Cidade Velha, Jurunas, Reduto, Telégrafo e Sacramenta. As principais vias que serão impactadas positivamente incluem:
- Avenida Visconde de Souza Franco;
- Rua Conego Jeronimo Pimentel;
- Rua Senador Manuel Barata;
- Rua Gaspar Viana;
- Rua Vinte e Oito de Setembro;
- Rua Municipalidade;
- Avenida Marechal Hermes;
- Avenida Almirante Tamandaré;
- Rua Ângelo Custódio;
- Travessa São Francisco;
- Travessa São Pedro.
Estas vias historicamente sofrem com alagamentos durante o período chuvoso por conta da maior proximidade da Baía do Guajará.
Ampliação do sistema com estação elevatória
A Seop também anunciou que o sistema antialagamento não se limita apenas à instalação das comportas. No projeto para o Canal da Tamandaré será construída uma Estação Elevatória de Drenagem, projetada para atuar em situações extremas, quando ocorre a combinação de maré alta com chuvas intensas.Esta estação terá a função de bombear a água do canal diretamente para a baía, o que proporciona uma solução adicional em momentos críticos. A medida complementa a ação das comportas, a fim de garantir maior eficiência ao sistema como um todo.
Solução relevante para transtornos históricos
O investimento em infraestrutura de prevenção a enchentes é especialmente relevante para Belém, por ser uma cidade situada em região de baixa altitude e entrecortada por diversos canais, características que a tornam vulnerável a alagamentos.
Principalmente por conta do período de chuvas mais intensas, típico da Amazônia, a tecnologia era há muito esperada pela população e promete qualidade de vida aos moradores de toda a capital.
Fonte: Lucas Quirino e Tarik Duarte, Agência Pará – 04/04/2025
