Dinâmica se repetiu em vários casos de turistas roubados após idas a bares no Centro do Rio, apontaram investigações da Delegacia de Apoio ao Turismo (DEAT).
Investigações da Polícia Civil indicam que as mulheres suspeitas de praticarem o golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela” contra dois turistas ingleses atraíam as vítimas em bares de uma mesma rua na Lapa e também na Pedra do Sal.
Homens de várias nacionalidades contaram a mesma história e o roubo de itens em comum:
- Telefones celulares
- Dinheiro em espécie (em reais, euros, dólares e libras)
- Relógios
- Cartões bancários
Em vários casos descritos pela polícia, a dinâmica se repete: depois de conversar e beber, os homens logo chamavam as mulheres para os locais onde estavam hospedados, geralmente em bairros como Copacabana, Laranjeiras e Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Depois, já nos apartamentos, as mulheres ofereciam cerveja ou caipirinha, com as vítimas relatando que perdiam a consciência no máximo meia hora depois de tomar bebidas com um gosto “diferente ou adocicado.”
Ao acordarem, horas depois, as vítimas percebiam que tinham sido roubadas.
Segundo a polícia, muitas vezes as mulheres investigadas forneciam nomes falsos para que as vítimas não pudessem encontrá-las posteriormente.
Uma das mulheres, segundo um turista francês, teria dito a ele que era mãe de três filhos e morava na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Uma das suspeitas, Raiane Campos de Oliveira, tem 20 passagens pela polícia e foi descrita por vítimas como magra, branca, com cabelo preto e 28 anos, entre 1,65m e 1,70. Raiane foi reconhecida em casos envolvendo um argentino, dois americanos e um francês.
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Um turista argentino, roubado no dia 7 de abril de 2024, contou que conheceu Raiane e uma outra mulher em um bar na rua Mem de Sá, juntamente com um amigo. Lá, bebeu cerveja e caipirinha.
Ao voltar ao apartamento, também consumiram as mesmas bebidas, mas que desmaiou cinco minutos depois e não se lembra de mais nada. Ele teve um celular roubado, além de R$ 2 mil e U$ 600 em dinheiro levados. Ao reconhecer Raiane, o argentino afirmou também que ela “falava rápido”.
Um americano contou que Raiane o abordou em outro bar, levou outras duas amigas para o lugar onde ele estava hospedado e ofereceu a ele uma cerveja em uma garrafa de vidro. Segundo o americano, a bebida estava “adocicada”.
Ele alega que desmaiou 20 minutos depois de beber a cerveja e percebeu ao acordar que tinha tido vários itens roubados. A mulher que o abordou, segundo ele, era “magra, sexy, seios grandes, bonita, duas cicatrizes no lado esquerdo do rosto, várias tatuagens, vestia vestido branco, aparentava ter seus vinte e poucos anos.”
Outro americano disse que teve o celular roubado por Raiane e outra mulher, e que as duas utilizaram o celular roubado do turista para deixar o apartamento onde estava em direção à Zona Portuária do Rio.
Outras duas mulheres participaram do crime contra os dois turistas ingleses, de acordo com a DEAT: Amanda Couto Deloca, também apontada como suspeita de golpe contra um turista alemão em 2023; e Mayara Ketelyn Américo da Silva.
Duas novas suspeitas, Bruna Laureano da Silva e Gabrielle de Souza Curado, também foram citadas em pelo menos um caso investigado pela DEAT, de um turista francês que somou mais de 5 mil euros e R$ 1 mil roubados, além de um celular e um relógio.
O golpe tem histórico recente no Rio, com outros casos envolvendo turistas estrangeiros na Lapa, Pedra do Sal e Copacabana, alguns com prisões de mulheres já investigadas. Um caso registrado há um ano terminou com a morte de um turista jamaicano com nacionalidade norte-americana.
Viagem perfeita até golpe
Até a noite da última quarta-feira (6), a viagem para comemorar a formatura no curso de Engenharia estava como dois jovens turistas britânicos queriam: visita ao Cristo Redentor, cervejinha no jogo do Flamengo no Maracanã, trilha da Pedra Bonita, praias e samba na Lapa.
Na Lapa, os turistas ingleses encontraram três mulheres, com quem foram tomar uma “saideira” na praia de Ipanema, na Zona Sul.
Ao chegarem à praia, elas compraram caipirinhas para o grupo. “Tomei dois goles e não lembro de mais nada”, disse uma das vítimas, que apareceu em imagens, gravadas por uma testemunha, desorientado – e em seguida desacordado – na areia.
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Apesar do prejuízo de cerca de R$ 15 mil, em entrevista à TV Globo os turistas elogiaram muito a cidade e disseram que não descartam voltar ao país.
“Foram 10 dias lindos antes disso. Talvez eu volte um dia, se for a situação certa e com as pessoas certas. Mas, por enquanto, já é o suficiente de Brasil”, disse um deles, que pediu para não ter o nome revelado.
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Fonte: Henrique Coelho, Rafael Nascimento, g1 Rio e RJ2 – 12/08/2025