Lana Oliveira/DOL – Durante a COP30, que acontece nos pavilhões Azul e Verde, povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outros grupos tradicionais têm se mobilizado em uma série de atos e manifestações para denunciar os impactos ambientais que ameaçam seus territórios e cobrar soluções reais dos governos e líderes mundiais.
Em meio as discussões sobre o clima, há vozes que ecoam nos corredores da conferência como a do Cacique Ninawa Inu, do Acre. Em um ato simbólico, ele questionou a falta de participação dos povos originários nas mesas de decisão e alertou para os riscos da recente exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.
“Nós não temos acesso nem participação direta nas mesas de negociações, onde se tomam as decisões. Então resolvemos fazer esse ato para conscientizar a população sobre o que estamos sofrendo em nossos territórios”, afirmou o cacique.

“A exploração de petróleo na Amazônia vai gerar grandes impactos. Uma vez modificando a Amazônia, modifica-se o planeta, porque é uma contaminação em massa.”
Ninawa defende que os governos assumam a responsabilidade por buscar energias renováveis e alternativas sustentáveis que não coloquem em risco a vida das comunidades. “Não queremos a exploração de petróleo na Amazônia. Existem outros modelos de energia que não precisam ser fósseis. Os governos têm que se responsabilizar e encontrar alternativas. Nós só pedimos que respeitem a nossa vida, porque a contaminação tira o direito à existência de muitos povos”, declarou.
Além dos povos tradicionais, estudantes de medicina do Brasil e de outros países também se uniram na COP30 para destacar a relação entre meio ambiente e saúde humana.
“Queremos mostrar que um planeta doente afeta diretamente a saúde das pessoas. Existe uma comunicação intrínseca entre a saúde ambiental e a humana que não pode ser ignorada e aumento dos desastres naturais e das doenças relacionadas à poluição e ao calor extremo são consequências diretas da crise climática”, afirmou o estudante Gustavo Henrique Nicoletti, estudante de medicina da UFPA.

As manifestações refletem a expectativa de que a COP30 não se limite a promessas, mas resulte em compromissos concretos para frear os impactos ambientais e garantir a proteção dos territórios e das vidas que dependem diretamente da floresta Amazônica.
Fonte: cop.dol – 13 de novembro de 2025


