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Acusada de golpe, ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez sai da prisão após ter sentença anulada

Ex-mandatária estava presa desde março de 2021, acusada de participar da deposição de seu antecessor, Evo Morales.

A ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez foi libertada da prisão nesta quinta-feira (6) após passar quatro anos e oito meses encarcerada.

Ela havia sido presa em 2021. Em 2022, ela foi condenada a 10 anos de prisão acusada de golpe de Estado contra seu antecessor, Evo Morales.

Sua sentença, porém, foi anulada na quarta (5) pelo Triunal Superior de Justiça da Bolívia.

Áñez assumiu a Presidência da Bolívia dois dias após a renúncia de Evo Morales, em 2019. Sua posse foi endossada pelo Tribunal Constitucional da Bolívia. Ela afirmava que seu principal objetivo era convocar novas eleições e que não concorreria nelas.

Porém, em janeiro de 2020 ela tomou uma decisão contrária e decidiu ser candidata, em uma época em que as pesquisas lhe davam altos índices de aprovação.

Áñez acabou renunciando à candidatura no final de setembro, diante do seu fraco desempenho nas pesquisas. Ela disse ter feito isso para que “Evo não voltasse”.

Em março de 2021, o Ministério Público boliviano pediu sua prisão. Ela foi encontrada pela polícia no dia seguinte, escondida dentro de uma cama box.

Condenação

Áñez foi julgada por seus atos como senadora, antes de assumir a presidência interina da Bolívia, em 12 de novembro de 2019.

Ela sucedeu Morales dois dias depois da renúncia do mandatário, em meio a uma forte convulsão social. Os opositores denunciaram que Morales havia cometido fraude nas eleições de outubro daquele ano para ter acesso a um quarto mandato consecutivo, que iria até 2025.

Quando foi alçada a presidente interina, Áñez reprimiu a forte oposição de movimentos sociais e camponeses ligados a Morales.

Uma investigação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) estabeleceu que nos primeiros meses de seu governo houve 35 mortes em manifestações.

Morales renunciou à presidência 21 dias após as eleições de 2019, em meio a uma onda de protestos de rua acusando-o de fraudes eleitorais que incluiu um motim policial e uma comunicação das forças armadas “sugerindo” que ele deixasse o cargo.

Uma auditoria realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou que haviam ocorrido irregularidades nas votações e que os resultados não eram confiáveis.

No entanto, a OEA não constatou ocorrência de fraudes. Estudos acadêmicos publicados em 2020 analisaram o método utilizado pela entidade e chegaram à conclusão que as análises da organização estavam incorretas.

A defesa de Añez argumentou que o Tribunal Constitucional Plurinacional reconheceu a legalidade do mandato de Áñez e até o Congresso, controlado pelo partido de Morales, aprovou a prorrogação de seu mandato “constitucional” quando a pandemia de Covid-19 forçou o adiamento das eleições em 2020.

Fonte: Redação g1 – 06/11/2025

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