Decreto da prefeitura começa a valer no dia 1º. Entre as condutas vetadas estão o uso de caixa de som e instrumentos musicais; e garrafas de vidro.
Ambulantes e barraqueiros fizeram, nesta segunda-feira (26), um protesto com faixas e cartazes na Avenida Atlântica, na praia de Copacabana, contra as novas regras para a orla no Rio de Janeiro. O decreto foi publicado no dia 16 de maio e passa a valer no próximo domingo (1º).
Duas faixas estavam ocupadas às 13h, na altura do Copacabana Palace, no sentido Ipanema. O trânsito estava sendo desviado para a Rua Barata Ribeiro.
Às 15h, o protesto continuava e tinha se deslocado até a Avenida Vieira Souto, na altura do Posto 9, e seguia ocupando duas faixas da pista.
A prefeitura quer proibir música ao vivo nos quiosques e a venda de garrafas de vidro, tanto nos quiosques quanto nas barracas. Na areia, só poderão trabalhar vendedores ambulantes cadastrados. Veja os detalhes.
Os ambulantes que protestaram em Copacabana disseram que já procuraram a prefeitura para fazer o cadastro e não foram atendidos. Eles pedem diálogo e temem ficar sem trabalho.
A Prefeitura do Rio marcou uma reunião com donos de quiosques e barracas para as 9h30 desta terça-feira (27). Vereadores de uma comissão especial da Câmara do Rio criada para conduzir as negociações também devem participar.
O sindicato que representa bares e restaurantes e a Orla Rio, empresa responsável pela gestão dos quiosques da praia, é contra a proibição da música ao vivo.
A justificativa da prefeitura é dar mais segurança, conforto e organização para quem frequenta a praia e também para quem trabalha.
Segundo a Orla Rio, a presença de música ao vivo aumenta em mais de 10% o ticket médio dos estabelecimentos e contribui para manter os empregos, especialmente na baixa temporada. Eles estimam que a ausência da música pode gerar uma perda anual de dezenas de milhões de reais, além de mais de 1.200 empregos diretos e indiretos.
“A questão de não ter música é primordial para todos os quiosques. Não só como atrativo para turistas, mas como geração de empregos. São mais de 550 músicos por mês que a gente contrata”, afirma o empresário Bruno de Paula, que é sócio de cinco quiosques.
Audiência reúne comerciantes e vereadores
Uma audiência pública na Câmara dos Vereadores, que já estava agendada antes da publicação do decreto, reuniu na semana passada dezenas de comerciantes da orla, vereadores e representantes de categorias afetadas.
O debate foi convocado pelo vereador Flavio Valle (PSD), autor de um projeto de lei que também propõe um ordenamento das praias do Rio de Janeiro, mas com regras distintas em alguns pontos.
Como os temas eram semelhantes, a audiência — que inicialmente trataria apenas do projeto de Valle — acabou sendo tomada pela discussão em torno do decreto de Eduardo Paes.
Durante a audiência, vereadores e representantes dos trabalhadores da orla foram unânimes em reconhecer a importância do ordenamento das praias, mas criticaram pontos específicos do decreto, principalmente a proibição da música ao vivo.
Segundo os parlamentares, existe a possibilidade de o prefeito rever parte das medidas impostas no decreto, especialmente após o diálogo estabelecido durante a audiência pública.
A fiscalização das novas regras começa em 1º de junho. Até lá, agentes da Secretaria de Ordem Pública fazem ações de orientação com comerciantes da orla.
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Fonte: Genilson Araújo, RJ1 – 26/05/2025