Suspensão inclui carnes, ovos e subprodutos; Ministério da Agricultura diz que ainda não recebeu notificação formal
A China determinou a proibição total das importações de produtos avícolas brasileiros, incluindo carnes, ovos e subprodutos, após a confirmação de um surto de gripe aviária em uma granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A medida afeta uma das principais parcerias comerciais do Brasil no setor avícola, que movimenta bilhões de dólares anualmente.
A decisão foi anunciada em um comunicado datado de 29 de maio pela Administração Geral de Alfândegas da China, que também informou que os produtos já despachados ou em trânsito serão devolvidos ou destruídos. Além disso, resíduos de navios provenientes do Brasil devem ser tratados com fiscalização rigorosa.
Apesar do anúncio oficial chinês, o Ministério da Agricultura brasileiro ainda não recebeu a notificação formal sobre o veto e ressaltou que as exportações de carne de frango já estavam suspensas desde o dia 17 de maio. O governo brasileiro havia solicitado uma restrição apenas à área afetada pelo surto, mas a China optou por uma suspensão ampla.
Impacto no comércio e na economia
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango está com exportações avícolas para a China paralisadas. Elas movimentavam cerca de US$ 1,5 bilhão anuais na economia do país.
A medida também afeta outros mercados, com 23 países, incluindo a União Europeia, aplicando restrições aos produtos brasileiros. O impacto se estende aos ovos e miúdos avícolas, com vários países suspendendo importações de diferentes regiões do Brasil.
Embora a suspensão ainda não inclua ovos da China, a Arábia Saudita e outros destinos já interromperam as compras de produtos avícolas vindos do estado do Rio Grande do Sul. Além disso, a suspensão das exportações de miúdos atingiu 15 países, incluindo importantes mercados para o Brasil.
Em meio a esse cenário de restrições, o governo brasileiro segue trabalhando para controlar o surto e mitigar os impactos econômicos da situação, enquanto busca reverter o embargo imposto pela China.
Fonte: Júlia Marques, NSC Total – 31/05/2025
