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É #FAKE que a Organização Mundial da Saúde ordenou que governos devem se preparar para lockdown contra mpox

Alegação é falsa, informou a OMS. A entidade não determinou que governos imponham isolamento social —nem tem autoridade para fazê-lo. Cada país tem soberania para tomar decisões e ações em relação à saúde local.

Circula nas redes sociais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) ordenou que os governos devem se preparar para realizar lockdown (isolamento social) contra a mpox. É #FAKE.

selo fake — Foto: g1
selo fake — Foto: g1

A publicação enganosa tem o seguinte texto: “A OMS ordena que os governos se preparem para ‘mega-lockdowns’ devido à cepa mortal da ‘varíola dos macacos’. Será que conseguirão nos trancar de novo??? Ou será que os anestesiados pela TV e pelos partidos políticos vão acordar???”.

Em 14 de agosto, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom, anunciou que a mpox — antes nomeada como varíola dos macacos — voltou a ser classificada como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional em razão do aumento expressivo de casos e o surgimento de uma nova variante no continente africano, especialmente na República Democrática do Congo.

O anúncio foi transmitido pelo canal do YouTube da OMS (veja aqui). Em nenhum momento do vídeo de 50 minutos, Tedros Adhanom orientou que os governos promovam o isolamento social contra a mpox, como é sugerido pela publicação falsa.

Procurada pelo Fato ou Fake, a OMS confirmou que a alegação é falsa. “A OMS não pode e não ordenou que os governos se preparassem para ‘mega lockdowns’ ou qualquer tipo de lockdown devido à mpox. Como uma organização científica e técnica, a OMS fornece conselhos técnicos e apoio aos seus 194 Estados Membros. Os países têm soberania para tomar decisões e ações em relação à saúde de suas populações”, informou em nota.

A Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é o nível mais alto de alerta da OMS, indicando o risco de disseminação internacional e a necessidade de uma resposta coordenada global. Apesar desse cenário, o médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Leonardo Weissmann, afirma ao Fato ou Fake que não há motivo para pânico.

“Doenças como a Covid-19, a gripe H1N1 (em 2009) e o surto de Ebola na África Ocidental (em 2014) também receberam essa classificação. O objetivo é mobilizar recursos globais e intensificar a cooperação entre países para controlar a disseminação da doença, não criar pânico ou impor lockdowns desnecessários”, explica Weissmann.

“No caso da mpox, não há recomendação de isolamento social em larga escala. O foco está em identificar e isolar casos confirmados, rastrear contatos e garantir que as pessoas infectadas sigam as orientações até a recuperação completa. A melhor defesa é a informação correta”, reitera o infectologista.

Qual é o risco para o Brasil?

A avaliação do Ministério da Saúde é de que o risco da doença para o Brasil é baixo. Segundo o último balanço da pasta, em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis de mpox, sem registro de óbitos. Em comparação, em 2022 — durante o surto global e pico da doença no país — foram registrados 10 mil casos e 16 óbitos.

O médico do Instituto Emílio Ribas também explica que a variante que circula no Brasil (clado 2) e a cepa detectada no continente africano e responsável pelo recente anúncio de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (clado 1b) são diferentes.

A variante presente no Brasil é menos letal e, geralmente, causa sintomas mais leves. Já a outra cepa tem “maior transmissibilidade, especialmente por via sexual, e uma virulência aumentada, resultando em uma maior taxa de mortalidade e sintomas mais graves”, esclarece Weissmann.

Vacinação

Atualmente, a vacinação no país prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença, como pessoas vivendo com HIV, profissionais de saúde que trabalham diretamente com casos confirmados e pessoas que tiveram contato próximo com infectados.

O Ministério da Saúde anunciou, em 15 de agosto, que está em negociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para a aquisição emergencial de 25 mil doses da vacina contra a mpox.

Procurada, a pasta informou que “mantém diálogo com a OPAS para verificar a possibilidade de novas doses para o Brasil, considerando a disponibilidade limitada do imunizante no mundo e sua eficácia contra a atual variante em circulação. Caso a aquisição seja concretizada, será necessário solicitar nova licença especial à Anvisa e definir grupos vulneráveis novamente. É importante reforçar que não há previsão de vacinação em massa”.

Como ocorre a transmissão?

A mpox é uma doença zoonótica viral, ou seja, é transmitida aos homens a partir de um vírus que circula entre animais. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão pode ocorrer por meio do contato com:

  • Pessoa infectada pelo mpox vírus;
  • Materiais contaminados com o vírus.
  • Animais silvestres (roedores) infectados.

Os sintomas gerais são erupções cutânea ou lesões de pele, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

Fonte: Letícia Dauer, g1 — São Paulo – 20/08/2024 

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