Albanese, que ocupa o cargo desde maio de 2022, comemorou a vitória em discurso e afirmou que seu partido, o Trabalhista, conseguiu a maioria do Parlamento. Peter Dutton, que buscou perdeu eleição e cadeira na casa.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, reivindicou a vitória nas eleições do país em um discurso neste sábado (3) após projeções apontarem sua reeleição.
“É com um profundo senso de humildade e de responsabilidade que a primeira coisa que faço esta noite é agradecer ao povo da Austrália pela oportunidade de continuar a servir a melhor nação da Terra. (…) Quando se trata do futuro da Austrália, todos nós temos muitos motivos para estar otimistas”, afirmou.
Sob clima de forte mobilização popular e com foco em temas como custo de vida, habitação e saúde, os australianos foram às urnas neste sábado para decidir se concederiam mais um mandato a Albanese, do Partido Trabalhista, ou se optariam por uma mudança de rumo com a coalizão liderada por Peter Dutton (Partido Liberal).
Com a imagem associada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o candidato da centro-direita e líder da oposição admitiu a derrota. Dutton, que também perdeu sua cadeira no Parlamento, prometia opor-se à imigração e reverter o veto à energia nuclear.
“Nosso partido Liberal está sofrendo em todo o país esta noite, inclusive no meu distrito de Dickson”, afirmou Dutton, acrescentando que a derrota “não representa verdadeiramente quem somos”. “Vamos nos reconstruir a partir daqui”, completou.
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A imagem do candidato liberal foi vinculada à de Donald Trump em meio às preocupações dos australianos com as políticas comerciais do presidente dos EUA, segundo mostraram pesquisas de opinião.
Como consequência, o “fator Trump” prejudicou a campanha conservadora, segundo o senador James Paterson, porta-voz do Partido Liberal (veja mais abaixo).
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, felicitou Albanese por sua vitória e afirmou que os “EUA esperam aprofundar seu relacionamento com a Austrália“.
➡️A votação na Austrália, aliada dos Estados Unidos no Pacífico, envolveu questões como:
- a luta contra as mudanças climáticas, defendida pelo governo atual;
- a política migratória, que a oposição queria endurecer;
- a inflação e o alto custo de vida vistos nos últimos anos;
- investimentos (propostos pelos dois lados) em saúde, incluindo a redução do preço de medicamentos.
A política do país é dominada historicamente pelos partidos de Albanese e de Dutton. Mas o descontentamento entre os eleitores poderia fortalecer candidatos independentes, que reivindicavam mais transparência e avanços climáticos.
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Quem é o atual primeiro-ministro?
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Albanese, atualmente no poder, chegou ao posto de primeiro-ministro em maio de 2022, beneficiando-se do descontentamento popular após uma década de governos conservadores. A empolgação inicial, no entanto, acabou.
Ele aliviou a tensão comercial com a China provocada por seus antecessores e reduziu a inflação, mas muitas famílias ainda sofrem com os preços altos e com um mercado imobiliário inacessível, principalmente em Sydney e em Melbourne.
Albanese também apostou na descarbonização da economia do país, um importante exportador de carvão, e aprovou grandes subsídios para a energia renovável e a indústria verde.
Oposição afetada pelo “fator Trump”
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Peter Dutton tinha como principal proposta um plano de US$ 200 bilhões para a construção de sete reatores nucleares, deixando de lado o desenvolvimento da energia renovável.
Ele também prometeu reduzir a imigração em 25% e estabelecer “limites mais rígidos” para o número de estrangeiros que recebem permissão para estudar na Austrália.
A campanha conservadora foi associada com as políticas de Donald Trump. Jacinta Nampijinpa Price, senadora liberal pelo Território do Norte, chegou a afirmar que o partido “tornaria a Austrália grande novamente”, alimentando comparações com o slogan do próprio Trump (“Make America Great Again”).
Dutton disse que nomearia Price para um ministério de eficiência governamental, o que também remete a políticas defendidas pelo presidente dos EUA.
O senador James Paterson afirmou que o “fator Trump” prejudicou a campanha e citou as eleições canadenses, que também indicaram uma rejeição a candidatos conservadores por conta do vínculo com o presidente norte-americano.
“Foi devastador para os conservadores no Canadá. Acho que foi um fator aqui”, disse Paterson à ABC.
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Fonte: Redação g1 – 03/05/2025