quarta-feira, maio 7, 2025
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Fungo resistente pode matar milhões de pessoas no futuro

Estudo britânico alerta para expansão global do “Aspergillus fumigatus”, capaz de causar infecções graves em humanos

Imagine um inimigo invisível, resistente ao calor e capaz de sobreviver até nos ambientes mais extremos, inclusive em reatores nucleares. Essas são as características do Aspergillus fumigatus, um fungo comum em regiões quentes e úmidas, que pode representar uma séria ameaça à saúde pública nas próximas décadas.

Segundo um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, a elevação das temperaturas globais pode acelerar a propagação desse fungo por diversos continentes, principalmente Europa, Ásia e Américas. De acordo com os cientistas, a estimativa é de que o fungo ocupe uma área 77% maior do que atualmente até o fim do século.

Aspergillus fumigatus

Aspergillus fumigatus é conhecido por causar infecções respiratórias severas, especialmente em pessoas com doenças pré-existentes, como asma, fibrose cística ou com o sistema imunológico comprometido.

“Estamos nos aproximando de um ponto de virada. Em 50 anos, o que cresce e o que pode infectar as pessoas será completamente diferente”, afirmou Norman van Rhijn, um dos autores do estudo sobre o fungo, ao jornal Financial Times.

Além de se adaptar com facilidade a temperaturas de até 37°C, a mesma do corpo humano, o fungo é considerado muito resistente, sendo capaz de sobreviver até mesmo em ambientes extremos como os encontrados em Chernobyl. Essa capacidade chama a atenção dos pesquisadores, que apontam para o risco crescente à medida que o planeta aquece.

Elaine Bignell, professora da Universidade de Exeter, participou do estudo e destaca que o modo de vida do fungo no ambiente natural pode ter impulsionado a habilidade dele de infectar humanos. Apesar do alerta feito pelos cientistas, o desenvolvimento de novos antifúngicos segue estagnado, devido ao alto custo e ao baixo retorno financeiro, que desestimula investimentos da indústria farmacêutica.

De acordo com os pesquisadores, menos de 10% das espécies de fungos conhecidas já foram descritas pela ciência e uma parcela ainda menor teve o material genético sequenciado. Essa situação, segundo eles, limita a capacidade de desenvolver tratamentos eficazes e amplia os riscos diante de patógenos emergentes, como é o caso do Aspergillus fumigatus.

Fonte: Júlia Marques, Portal iG – 06/05/2025

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