Em meio ao julgamento do núcleo 4 de trama golpista, o ministro Luiz Fux pediu a Fachin para ocupar o lugar de Barroso na Segunda Turma
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu ao presidente da Corte, Edson Fachin, que fosse transferido para a Segunda Turma do STF, deixando sua vaga na Primeira Turma. O pedido foi formalizado no mesmo momento em que Fux participava do julgamento de réus envolvidos no núcleo 1 da trama golpista, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros cinco acusados. Em sua atuação, o ministro votou pela absolvição de Bolsonaro e de mais sete réus, por falta de provas.
A solicitação de Fux ocorre em um contexto delicado, já que ele também absolveu, durante seu voto, os acusados de envolvimento com a disseminação de desinformação. Caso seu pedido seja aceito por Fachin, o ministro poderá ficar fora do julgamento de outros núcleos relacionados ao golpe, que estão com suas análises previstas para os próximos meses.
Entre os núcleos que ainda serão avaliados está o núcleo 3, que inclui os chamados “kids pretos”, e o núcleo 2, responsável por elaborar a chamada “minuta do golpe” e coordenar ações de monitoramento e violação dos direitos de autoridades públicas. Este último também articulou, junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), medidas para dificultar o voto de eleitores da Região Nordeste nas eleições de 2022.
O julgamento do núcleo 3 está previsto para começar em 11 de novembro, enquanto o julgamento do núcleo 2 acontecerá entre os dias 9 e 17 de dezembro.
A vaga na Segunda Turma, deixada por Luís Roberto Barroso após sua aposentadoria, será preenchida por um novo indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O nome mais cotado até o momento para ocupar a posição é o do atual advogado-geral da União, Jorge Messias.
Essa mudança pode ter impactos significativos no andamento dos processos relacionados ao golpe, já que Fux, caso seja transferido, ficará afastado dos julgamentos desse caso específico, mas seguirá com sua participação em outras deliberações do STF.
Fonte: Lana Oliveira, Metrópoles – 21/10/2025
