quinta-feira, junho 5, 2025
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Justiça da Argentina anula julgamento de médicos acusados pela morte de Maradona

Julgamento estava suspenso desde a semana passada, após mais de dois meses de audiências. Sete profissionais de saúde que faziam parte da equipe médica do ex-jogador eram acusados de negligência médica e estavam sendo julgados por homicídio.

A Justiça da Argentina anulou nesta quinta-feira (29) o julgamento dos profissionais de saúde acusados pela morte do ex-jogador de futebol Diego Maradona.

A decisão foi tomada após a revelação de que a juíza Julieta Makintach participou de um documentário não autorizado sobre o caso.

Um trailer da série que se chamava “Justiça Divina” veio a público. As imagens mostravam a juíza chegando à sala do tribunal. Os roteiros também foram exibidos em uma audiência nesta semana, segundo a AFP.

Makintach afirmou que o material era bruto e fazia parte de uma entrevista que deu a um amigo (leia mais abaixo).

Ainda assim, a Promotoria, os denunciantes e a maioria dos advogados de defesa pediram a anulação do julgamento.

Fernando Burlando, que representa as filhas de Maradona, disse que Makintach “não atuou como juíza, mas como atriz”.

O julgamento estava suspenso desde a semana passada, após mais de dois meses de audiências.

Quem estava no banco dos réus

Sete profissionais de saúde estavam sendo julgados pela morte de Maradona. Eles eram acusados de negligência médica e respondiam por homicídio simples com dolo eventual — um relatório médico independente divulgado em 2021 afirmou que o ex-jogador morreu “abandonado à própria sorte”.

A lista de acusados inclui o neurocirurgião Leopoldo Luque, que era médico pessoal do atleta, além de um médico clínico, uma psiquiatra, um psicólogo, uma médica coordenadora do plano de saúde, um coordenador de enfermeiros e um enfermeiro.

Caso fossem considerados culpados, os réus poderiam ser condenados a penas de oito a 25 anos de prisão. Uma oitava enfermeira estava sendo processada em um julgamento separado, e ainda não se sabe se seu caso também foi anulado. Todos os acusados alegaram inocência.

Considerado um dos maiores jogadores da história, Maradona morreu no dia 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, devido a um edema pulmonar enquanto recebia atendimento médico em casa após uma cirurgia neurológica pela qual havia passado duas semanas antes.

Entenda as polêmicas em torno do julgamento

O julgamento foi cercado de polêmicas. No primeiro dia, um promotor do caso mostrou uma foto de Maradona minutos após sua morte. A imagem causou choque no país.

Os fãs de Maradona marcaram presença em frente ao tribunal em Buenos Aires. E, nesta semana, Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona, chegou a ser agredido no rosto por um torcedor.

Ainda sobre o caso da juíza, o pedido de suspensão também estava relacionado à suposta entrada de câmeras nas audiências, já que desde o segundo dia estava proibido filmar dentro do tribunal.

À época, ela disse não acreditar que havia algo na denúncia da qual precisasse “se defender” e chamou as acusações de “enorme operação midiática”:

“Estamos lidando com uma enorme operação midiática para me coagir e me manter fora deste debate. E, sabe de uma coisa, não vou me desculpar. Quero deixar claro que não vou recuar”, disse.

Os juízes do caso Maradona: Veronica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
Os juízes do caso Maradona: Veronica Di Tommaso, Maximiliano Savarino e Julieta Makintach — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona, um dos acusados — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian
Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona, um dos acusados — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Fonte: Redação g1 – 29/05/2025

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