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Masp é investigado por vender 20 cavaletes tombados de Lina Bo Bardi; Iphan diz que não foi comunicado

Comercialização não foi comunicada para o órgão federal; cada peça de cristal e concreto custa R$ 75 mil, e cinco ainda estão disponíveis.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) investiga a venda, realizada pelo Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), de 20 cavaletes projetados pela arquiteta Lina Bo Bardi para a galeria do museu.

O Iphan diz não ter sido informado da comercialização das peças, feitas de concreto e cristal e tombadas em nível federal desde 2008. Cada uma foi precificada em R$ 75 mil. O órgão frisa que a venda de itens tombados não é proibida, mas precisa ser devidamente comunicada.

Como isso não aconteceu, o instituto abriu processo administrativo no último dia 5 “para apurar em que situação se encontra, no momento, o conjunto de cavaletes tombados”, afirmou em nota, reforçando que “o Iphan não foi informado sobre venda de cavaletes originais de Lina Bo Bardi tampouco autorizou a saída de qualquer um deles do país”.

Segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo, um dos cavaletes foi vendido por cerca de US$ 60 mil a um colecionador estrangeiro na feira norte-americana Art Basel Miami Beach.

O Masp emitiu nota informando que cinco cavaletes ainda estão à venda e seguem custando R$ 75 mil cada um.

Masp inaugura anexo nesta sexta (28). — Foto: Fábio Tito/ g1
Masp inaugura anexo nesta sexta (28). — Foto: Fábio Tito/ g1

De acordo com o museu, os 20 cavaletes originais foram “retirados do espaço expositivo por não mais atenderem aos critérios técnicos e museológicos contemporâneos exigidos para a preservação e apresentação de obras de arte”.

Em 2015, após “um criterioso processo de readequação técnica e museológica”, foi desenvolvida uma nova geração de cavaletes em concordância com “padrões contemporâneos de conservação e expografia”, respeitando a “concepção original de Lina Bo Bardi”.

A comercialização dos cavaletes aposentados, produzidos pela arquiteta entre 1968 e 1996, foi iniciada em 2022 como meio de levantamento de recursos durante a pandemia, “para dar continuidade à programação cultural do museu”.

Eles então foram primeiramente oferecidos a patronos da instituição e, depois, para o público em geral, sendo comercializados pela Loja Masp em feiras de arte.

A nota do museu também sinaliza que “o parecer emitido pelo órgão federal ressalta o valor das peças enquanto expressão de um conceito expositivo inovador, e não como bens tombados de maneira individual e autônoma”.

Esse entendimento de que o tombamento não incide sobre os cavaletes individuais, mas sim sobre o “conjunto museográfico concebido por Lina Bo Bardi”, foi “ratificado tanto pela equipe jurídica interna do Masp quanto por pareceres de advogados externos especializados em patrimônio cultural”, argumenta o Masp, reiterando que a venda das peças “respeita os marcos legais de preservação do patrimônio”.

Fonte: Edson Valente, João de Mari, g1 SP – 13/06/2025

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