terça-feira, setembro 16, 2025
InícioSAÚDEMulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta...

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

Trabalho apresentado em congresso de cardiologia revela que doença frequente no público feminino pode lesar o coração e os vasos sanguíneos.

🙍‍♀️ ⚠️ A endometriose é uma doença que afeta uma em cada dez mulheres. E esse público tem um risco 20% maior de sofrer com problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Essa é a principal conclusão de uma pesquisa realizada no Hospital Rigshospitalet da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, apresentada nesta segunda-feira (2) no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2024), que acontece em Londres, no Reino Unido.

O trabalho usou um banco de dados dinamarquês que trazia muitas informações de saúde. No total, foram selecionados casos de endometriose diagnosticados entre 1977 e 2021.

Os autores compararam um grupo de 60.508 mulheres que tinham a doença com outras 242.032 que nunca sofreram com o quadro. Todas foram avaliadas por 16 anos, em média.

No acompanhamento, foram avaliadas diversas questões, como nível socioeconômico, educação e uma série de possíveis problemas cardiovasculares — como infarto, arritmia, AVC e insuficiência cardíaca.

Os dados mostram que a frequência de desfechos prejudiciais ao coração e aos vasos sanguíneos foi mais elevada entre as pacientes com endometriose.

Segundo os autores, mulheres com essa enfermidade apresentam um risco quase 20% maior de sofrer com problemas cardiovasculares em comparação com a população geral.

Descamação descontrolada

Para entender a endometriose, é preciso conhecer o funcionamento do endométrio.

Esse tecido recobre as paredes internas do útero e a principal função dele é receber o embrião, que se forma a partir da fusão do óvulo com o espermatozoide.

A membrana passa por uma série de transformações durante o ciclo menstrual.

No final do período, quando acontece a menstruação, o endométrio “antigo” descama, para dar origem a um novo tecido — que está em melhores condições para eventualmente acolher um embrião, caso ocorra uma fecundação.

A endometriose acontece quando o endométrio aparece em outras áreas do corpo além do útero.

Em mulheres acometidas pela condição, esse tecido surge com frequência nos ovários e nas tubas uterinas.

Em alguns casos, ele é detectado em outras regiões mais distantes, como a bexiga e o intestino.

Mesmo fora de lugar, essa membrana continua a passar por aquele processo contínuo de crescimento e descamação.

Esse ciclo, por sua vez, gera sintomas bem desagradáveis, como períodos de dor severa, que impedem a realização de atividades diárias, sangramentos e desconforto na hora de ir ao banheiro.

Algumas pacientes ainda sentem fadiga intensa, cólicas e incômodos durante a relação sexual.

Embora existam meios de diagnosticar a endometriose, ainda não foram desenvolvidos medicamentos específicos para lidar com a condição.

Geralmente, o tratamento envolve remédios para aliviar a dor (como paracetamol ou ibuprofeno) ou terapia hormonal.

Em casos severos, pode ser necessário fazer cirurgias para remover o endométrio que está fora de lugar.

Na endometriose, o tecido que reveste o útero cresce em outras partes do corpo, como os ovários e a bexiga, como ilustrado em vermelho na imagem acima — Foto: Getty Images
Na endometriose, o tecido que reveste o útero cresce em outras partes do corpo, como os ovários e a bexiga, como ilustrado em vermelho na imagem acima — Foto: Getty Images

A chave está na inflamação?

Durante a apresentação do trabalho dinamarquês na ESC 2024, a médica Eva Havers-Borgersen foi questionada sobre os fatores que poderiam explicar a relação entre endometriose e doenças no coração.

A autora do artigo reforçou que a pesquisa fez uma associação — ou seja, usou uma base de dados para entender se um fator (endometriose) tinha alguma conexão com o outro (problemas cardiovasculares).

“Mas possivelmente a inflamação e o estresse oxidativo relacionados com a endometriose podem aumentar o risco cardíaco”, especulou ela durante a sessão científica.

“Esse pode ser o mecanismo por trás dessa associação”, continuou ela.

Num comunicado divulgado à imprensa com os resultados da pesquisa, Havers-Borgersen reforçou que, “por décadas, os fatores de risco e as próprias doenças cardiovasculares foram vistas sob uma perspectiva masculina”.

“Por exemplo, a disfunção erétil aparece nas diretrizes que avaliam o risco cardiovascular de um paciente”, lembra ela.

“No entanto, uma em cada três mulheres morrem por doenças cardiovasculares e uma em cada dez sofrem com endometriose.”

Para a médica, os resultados do estudo apontam que a endometriose também deveria ser considerada durante as avaliações feitas no consultório do cardiologista.

Havers-Borgersen aponta que fatores de risco que afetam especificamente o coração das mulheres precisam ser vistos com maior atenção.

“Sugerimos que as pacientes com endometriose e outras doenças, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, passem por uma avaliação de risco cardiovascular”, conclui ela.

Fonte: Por BBC – 04/09/2024

COMPARTILHE

Saronita Miranda quaresma dd Almeida on Concurso Nacional Unificado abre 508 vagas para nível médio

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

POSTS RELACIONADOS
- Publicidade -
Cigana das 7

Mais Populares