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O que médicos devem saber (e o público também) sobre o tratamento da intoxicação por metanol

Novo protocolo do Ministério da Saúde e da AMIB orienta profissionais sobre diagnóstico rápido, uso de etanol e fomepizol e notificação obrigatória dos casos.

O Ministério da Saúde e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) divulgaram recentemente orientações para os profissionais de saúde sobre como identificar e tratar casos de intoxicação por metanol.

As recomendações surgem após o aumento de registros de casos ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. É esperado que médicos e unidades de saúde reconheçam precocemente os sintomas de intoxicação por metanol, administrem etanol (ou fomepizol) como antídoto o quanto antes, encaminhem os casos graves para UTI notifiquem imediatamente as autoridades de saúde.

Veja abaixo os detalhes de como deve ser o atendimento:

🚨 Quando desconfiar de intoxicação

Os primeiros sinais são discretos e podem enganar. Os médicos devem suspeitar de intoxicação por metanol quando um paciente relata ter consumido bebida alcoólica e, após 12 a 24 horas, começa a apresentar:

  • Dor de cabeça intensa, enjoo, vômitos e dor abdominal;
  • Tontura, confusão mental, falta de coordenação, sonolência ou convulsões;
  • Alterações na visão — como visão turva, borrada ou perda súbita da visão;
  • Sintomas de embriaguez que pioram, em vez de melhorar.

Nos quadros mais severos, o paciente evolui rapidamente para acidose metabólica grave, insuficiência respiratória, convulsões, coma e parada cardíaca.

Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. — Foto: Arte/g1
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. — Foto: Arte/g1

🩺 Primeiros cuidados no atendimento

De acordo com o Ministério da Saúde, os primeiros passos no pronto atendimento incluem:

  • Garantir que o paciente esteja respirando adequadamente e com a via aérea livre;
  • Monitorar sinais vitais, glicemia e pupilas;
  • Fazer hidratação venosa e realizar exames de sangue e gasometria arterial para avaliar a gravidade da intoxicação;
  • Não realizar lavagem gástrica nem usar carvão ativado — esses métodos não removem o metanol do organismo.

💉 O antídoto: etanol e o fomepizol

O tratamento específico indicado é o etanol (ou o fomepizol), que atua como antídoto ao impedir que o fígado transforme o metanol em substâncias tóxicas (formaldeído e ácido fórmico).

O etanol pode ser administrado por via oral, sonda ou intravenosa, em doses calculadas para manter níveis seguros no sangue. Quando aplicado corretamente, ele reduz o risco de cegueira e de falência de órgãos.

Publicação na conta do rapper Hungria — Foto: Redes Sociais/reprodução
Publicação na conta do rapper Hungria — Foto: Redes Sociais/reprodução

🧪 Exames e terapias complementares

Os exames que ajudam a confirmar o diagnóstico incluem:

  • Gasometria arterial (para identificar acidose metabólica grave);
  • Osmolaridade sérica (para calcular o gap osmolar, que indica acúmulo de toxinas);
  • Dosagem de metanol no sangue, quando possível.

Outros cuidados podem incluir:

  • Bicarbonato de sódio em aplicação intravenosa para corrigir a acidose;
  • Ácido folínico, para auxiliar na eliminação do ácido fórmico;
  • Hemodiálise, em casos graves, para remover rapidamente o metanol e seus metabólitos

Quando a hemodiálise é necessária

A hemodiálise é considerada fundamental nos casos graves. Ela remove diretamente o metanol e o ácido fórmico da corrente sanguínea.

A indicação é feita quando o paciente apresenta:

  • Distúrbio visual (mesmo leve);
  • Acidose metabólica severa;
  • Nível alto de metanol no sangue (> 50 mg/dL);
  • Coma, convulsões ou insuficiência renal.

🏥 Quando o paciente precisa ir para a UTI

A AMIB enfatiza que muitos casos exigem internação imediata em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Essas unidades têm estrutura para oferecer:

  • Ventilação mecânica, se houver falência respiratória;
  • Drogas vasoativas, para estabilizar a pressão e o coração;
  • Hemodiálise e correção intensiva da acidose;
  • Monitoramento contínuo e tratamento multidisciplinar

📞 Notificação obrigatória

A intoxicação por metanol é um Evento de Saúde Pública e deve ser comunicada imediatamente às autoridades sanitárias locais e ao Ministério da Saúde.

Os profissionais de saúde devem notificar os casos por meio do:

  • Disque-Notifica (0800 644 6645);
  • E-mail: notifica@saude.gov.br;
  • Ou pelo sistema Sinan, selecionando o agente tóxico “metanol”.

A notificação rápida é essencial para acionar equipes de vigilância e evitar novos casos.

Fonte: Redação g1 – 05/10/2025

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