Estruturas chegam a 3 metros de altura. Segundo geóloga, área descoberta em Goiás se destaca pela altura, quantidade e preservação natural.
As chamadas “chaminés de fada” descobertas em Goiás ganharam destaque nacional e internacional. De acordo com a geóloga Joana Paula Sánchez, elas são formações geológicas raras, sendo que algumas ultrapassam os 3 metros de altura.
Coordenadora da primeira avaliação técnica, Joana detalhou que o processo de formação ocorre por erosão diferencial: camadas mais frágeis de rocha na base vão sendo desgastadas pela ação da água, enquanto a parte superior, formada por material mais resistente, funciona como um “chapéu”, protegendo a estrutura e permitindo que ela permaneça de pé.
A geóloga reforçou ainda que não há estimativa exata de tempo para a formação dessas estruturas, mas que grandes exemplares como os encontrados podem levar centenas de anos para se consolidar.
Registro inédito no Brasil
Joana explicou que já havia relatos de estruturas semelhantes, inclusive no Tocantins, dentro da mesma formação geológica, mas em número reduzido e com dimensões bem menores. A altura delas somado à grande extensão da área e ao estado de conservação, faz com que o achado seja classificado como o primeiro registro oficial desse porte no país.
“Essa área em Goiás está inteirinha preservada, nunca teve uso para agricultura, turismo ou criação de gado. Isso garantiu a conservação natural das formações, o que é raro de encontrar. É considerada inédita no Brasil justamente pelo tamanho, pela quantidade e pelo fato de estar intocada”, explicou.
Em janeiro de 2026, está prevista a medição da área com drones e radares, para dimensionar com mais precisão a extensão das formações.
Preservação
De acordo com Joana, embora o artigo científico ainda esteja em elaboração, os dados já foram levantados pela equipe da Universidade Federal de Goiás (UFG) e devem ser publicados em breve.
Segundo a pesquisadora, a região nordeste de Goiás, onde estão localizadas as chaminés, permanece restrita a pesquisadores, sem abertura para visitação pública.
“Quanto menos pessoas souberem o ponto exato, melhor, porque é uma área muito sensível e ainda precisa de ordenamento para qualquer possibilidade de turismo”, pontuou.
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Fonte: Bárbara França, g1 Goiás – 10/10/2025