quarta-feira, setembro 17, 2025
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Onda de violência contra imigrantes gera indignação em Portugal

Homens encapuzados invadiram apartamento e espancaram estrangeiros em uma madrugada com ataques consecutivos no Porto. Polícia diz que agressores são portugueses e ligação com extrema direita é investigada

Uma violenta onda de ataques a um grupo de imigrantes no Porto causou indignação nos portugueses, que foram às ruas e redes sociais prestar solidariedade aos agredidos.

Foram registrados três ataques na madrugada de sexta-feira no centro. Todos eles foram direcionados aos imigrantes argelinos e marroquinos que vivem na cidade.

O primeiro aconteceu no Campo 24 de Agosto. Cinco homens armados com tacos de beisebol espancaram dois argelinos.

O segundo ataque aconteceu dez minutos depois. Um grupo encapuzado, com suspeita de carregar uma arma de fogo, bastões e facas, invadiu o apartamento onde vivem 12 imigrantes na Rua do Bonfim.

Os seis agressores gritaram insultos racistas e xenófobos enquanto agrediam os argelinos, que estariam dormindo no momento da invasão. Também havia um venezuelano no apartamento.

Uma das vítimas pulou pela janela e fugiu correndo sobre os telhados dos imóveis vizinhos. O imigrante sofreu várias fraturas durante a fuga e está no hospital. Outros três também foram hospitalizados.

O último ataque feito pelo grupo foi em um restaurante de kebab. Um marroquino foi agredido.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) identificou seis suspeitos e deteve uma pessoa por posse ilegal de arma de fogo. Todos os identificados são portugueses.

A investigação criminal está com a Polícia Judiciária (PJ) e não foi descartada a hipótese de o grupo ser ligado a organizações de extrema direita, que recentemente fizeram manifestação na cidade.

A sociedade portuguesa reagiu com indignação. Uma manifestação foi realizada no último sábado em frente ao apartamento invadido pelos agressores.

Convocação para manifestação — Foto: Reprodução
Convocação para manifestação — Foto: Reprodução

Para a organização SOS Racismo, existe uma milícia organizada para atacar imigrantes.

“Um grupo organizado de pessoas constituiu uma milícia para invadir casas e atacar imigrantes na cidade do Porto. O SOS Racismo está solidário com todas as vítimas de racismo e xenofobia. Estamos ao lado das pessoas imigrantes e racializadas, sempre e a qualquer hora. E tudo faremos para as proteger e para que os autores dos atos criminosos, racistas e xenófobos sejam levados a Tribunal e julgados pelos crimes cometidos”, escreveu o grupo antirracista em sua página.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condenou a violência xenófoba em uma nota publicada no site da Presidência:

“O presidente da República sublinha a veemente condenação da violência racial e da xenofobia, práticas sem lugar na sociedade portuguesa. Às vítimas dos ataques, o presidente exprime a sua solidariedade. Também agradece às forças de segurança a rápida intervenção e transmite o voto de confiança na defesa do Estado de Direito e dos direitos humanos, certo que se manterão atentas ao seu respeito”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também condenou os ataques racistas.

“Condeno veementemente, em meu nome pessoal e do governo português, os ataques racistas desta noite no Porto. Exprimo a nossa solidariedade com as vítimas e reafirmo tolerância zero ao ódio e violência xenófoba. E elogio o trabalho das nossas forças de segurança”, publicou Montenegro no X.

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que controla as forças policiais, falou em tolerância zero com a violência contra imigrantes:

“Não é admissível, não representa o povo português e os portugueses não apoiam este tipo de ataques”.

Fonte: Gian Amato – 06/05/2024

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