sexta-feira, setembro 26, 2025
InícioMUNDOONU alerta para nova catástrofe em Gaza com plano de Israel

ONU alerta para nova catástrofe em Gaza com plano de Israel

Miroslav Jenca, subsecretário-geral da ONU, afirma que a situação em Gaza já é uma “catástrofe humanitária” e pode piorar ainda mais

A possibilidade de Israel implementar um novo plano para tomar a cidade de Gaza tem gerado grandes preocupações no cenário internacional. Neste domingo (10), Miroslav Jenca, subsecretário-geral da ONU para Europa, Ásia Central e Américas, alertou que essa ação pode desencadear “uma nova calamidade” com repercussões graves em toda a região do Oriente Médio.

Durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Jenca descreveu a situação atual em Gaza como uma “catástrofe humanitária de proporções inimagináveis”. Segundo ele, a realização do plano israelense de tomada da cidade poderá agravar ainda mais as condições de vida da população local.

“A implementação deste plano poderá causar mais deslocamentos forçados, mortes e destruição, ampliando o sofrimento da população”, afirmou Jenca.

A declaração de Jenca foi uma das principais falas durante a reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança para discutir o impacto das ações militares em Gaza. Segundo o subsecretário-geral da ONU, a região já enfrenta uma grave crise humanitária e qualquer escalada pode levar a consequências ainda mais devastadoras para os civis.

Em um esforço para pressionar por uma mudança de postura, o representante da Eslovênia no Conselho de Segurança, Samuel Zbogar, falou em nome de quatro países da União Europeia: Dinamarca, Grécia, França e Eslovênia. Zbogar reiterou a condenação internacional ao plano israelense, alertando que qualquer tentativa de anexação ou expansão de colônias, além de outras violações do direito internacional, só agravariam o sofrimento da população de Gaza e colocariam em risco a vida de todos os civis.

Zbogar também enfatizou o impacto das operações militares em curso e destacou o risco que elas representam para a vida dos reféns que permanecem nas mãos do Hamas.

“Essas ações militares apenas colocarão mais vidas em risco e causarão sofrimento desnecessário”, afirmou o representante da União Europeia, destacando o apelo da comunidade internacional para que as hostilidades sejam interrompidas.

Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reafirmou, em uma entrevista coletiva neste domingo (10), a posição dele de que o plano para a cidade de Gaza é a melhor solução para terminar a guerra, que já se arrasta por 22 meses. Netanyahu afirmou que o objetivo do plano não é ocupar Gaza, mas sim desmilitarizá-la, uma justificativa que tem sido central na defesa do governo israelense em relação à ação militar na região.

Apesar dessa argumentação, Netanyahu está sendo pressionado internamente, especialmente pela extrema-direita do governo, que considera o plano insuficiente. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e uma das figuras mais radicais do governo israelense, declarou que o plano de Netanyahu é “pouco ambicioso”. Para Ben-Gvir, a solução deve ser mais drástica, incluindo a “transferência da população” de Gaza e a “colonização” do território, postura que divide ainda mais o governo israelense sobre o futuro de Gaza.

A situação em Gaza também está sendo acompanhada com grande apreensão pela comunidade internacional. A ONU advertiu sobre as consequências humanitárias de uma possível intensificação do conflito, destacando que mais de dois milhões de pessoas estão ameaçadas por uma possível “fome generalizada”. A pressão internacional para que os combates cheguem ao fim é crescente, especialmente considerando o impacto devastador para a população civil.

Enquanto isso, os Estados Unidos, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e aliado estratégico de Israel, devem continuar a proteger o parceiro de quaisquer medidas concretas de censura. Com poder de veto, os EUA têm se posicionado contra resoluções que possam ser desfavoráveis a Israel, o que gera tensões dentro do Conselho de Segurança.

Ainda neste domingo (10), manifestantes se reuniram na sede das Nações Unidas, em Nova York, para exigir o fim imediato do conflito. O protesto foi marcado por uma forte presença policial, o que reflete a polarização global em relação ao conflito e o crescente pedido por uma solução pacífica. Enquanto isso, o drama humanitário em Gaza continua a se intensificar, com milhares de civis sofrendo as consequências da guerra e da escassez de recursos essenciais para a sobrevivência.

Fonte: Júlia Marques, RFI – 10/08/2025

COMPARTILHE

Saronita Miranda quaresma dd Almeida on Concurso Nacional Unificado abre 508 vagas para nível médio

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

POSTS RELACIONADOS
- Publicidade -
Cigana das 7

Mais Populares