Gaza Humanitarian Foundation (GHF) não tem origem conhecida nem histórico de atuação em crises humanitárias. ONU criticou escolha da instituição para atuar no território.
A organização Gaza Humanitarian Foundation (GHF), apoiada por Israel e Estados Unidos, anunciou, nesta segunda-feira (24), o fim da missão de distribuição de ajuda alimentar na Faixa de Gaza.
A operação da GHF foi marcada por diversos episódios de tumulto, tiros e mortes de palestinos.
A GHF, que tem sido duramente criticada por organizações humanitárias, incluindo as Nações Unidas, por sua falta de neutralidade, já havia fechado seus centros de distribuição após o cessar-fogo mediado pelos EUA entrar em vigor há seis semanas em Gaza.
“Conseguimos demonstrar que existe uma maneira melhor de levar ajuda aos habitantes de Gaza”, afirmou John Acree, diretor da GHF, em comunicado.
Gaza Humanitarian Foundation
A organização, com sede no Delaware, estado americano que funciona como um paraíso fiscal, foi criada em fevereiro sem histórico de atuação relevante em lidar com crises humanitárias, mas que mesmo assim recebeu sinal verde dos EUA e de Israel para controlar a distribuição de ajuda em Gaza.
Até mesmo as origens do grupo são opacas. Inicialmente, falou-se que o grupo tinha registro na Suíça, mas jornalistas não encontraram nada no endereço indicado. O registro no Delaware foi descoberto pelo jornal “The New York Times”.
Além disso, segundo informações do “Times” e do jornal israelense “Haaretz”, a GHF mantém laços estreitos com duas empresas dos EUA que ficaram responsáveis por garantir a segurança nos centros de distribuição em Gaza.
Essas empresas são a Safe Reach Solutions (SRS) e UG Solutions. A primeira delas é ligada a um ex-agente da CIA. Segundo o jornal americano, não está claro de onde vem o dinheiro da GHF, tanto para pagar as firmas de segurança quanto para distribuir os alimentos.
Fonte: Redação g1 – 24/11/2025


