Presidente dos EUA anuncia tarifa de 100% sobre produtos chineses e reabre guerra comercial entre as maiores potências do mundo
A disputa comercial entre Estados Unidos e China ganhou novos capítulos de tensão nesta sexta-feira (10). O cenário, que parecia se encaminhar para uma trégua, voltou a estremecer após uma série de medidas e declarações que colocam as duas maiores economias do planeta em rota de colisão novamente.
O presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas extras de 100% sobre todos os produtos chineses, reacendendo a guerra comercial entre Washington e Pequim. Segundo o republicano, a decisão é uma resposta direta às novas restrições impostas pela China às suas exportações, sobretudo as que envolvem minerais de terras raras, fundamentais para a produção de semicondutores, veículos elétricos e equipamentos de defesa.
Trump afirmou que a China adotou uma “postura agressiva” e classificou as novas regras comerciais de Pequim como “uma afronta ao comércio internacional”. Em publicação na Truth Social, o presidente declarou que a medida chinesa “afeta todos os países, sem exceção”, e que a resposta americana visa proteger a economia e a indústria nacional.
De acordo com o anúncio, as tarifas entram em vigor a partir de 1º de novembro de 2025, mas podem ser antecipadas caso a China não reverta suas restrições. Além disso, Trump informou que os EUA irão barrar a venda de softwares estratégicos para o mercado chinês, intensificando o isolamento econômico entre as potências.
A tensão surgiu após Pequim determinar que empresas estrangeiras deverão obter licença para exportar qualquer produto que contenha mais de 0,1% de terras raras extraídas ou refinadas na China, medida que atinge diretamente o setor industrial americano. Atualmente, cerca de 70% do fornecimento global desses minerais vem do território chinês.
Em coletiva na Casa Branca, Trump declarou que ainda não cancelou o encontro previsto com o presidente chinês Xi Jinping, durante a cúpula da APEC, mas classificou as decisões chinesas como “chocantes e sem precedentes”. Ele, no entanto, deixou aberta a possibilidade de suspender as tarifas, caso a China recue antes do prazo.
Nos primeiros meses de seu segundo mandato, Trump já havia endurecido a política comercial com o país asiático, levando a um aumento generalizado das tarifas e à quase paralisação do comércio bilateral. Apesar de avanços diplomáticos pontuais ao longo do ano, a nova decisão representa um retorno ao clima de incerteza que marcou a primeira guerra comercial entre as nações.
Fonte: Alexandre Nascimento, UOL – 10/10/2025