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Veja! Fotografia do Pará tem identidade sigular e reconhecimento internacional

Explore a arte da fotografia no Dia Mundial da Fotografia e descubra como ela vai além de capturar momentos.

A cena se tornou comum nos dias atuais: abrir a câmera do celular e registrar momentos com os amigos, no dia-a-dia, algo curioso que se viu nas ruas ou uma “selfie” para guardar na galeria do smartphone.

Porém, a fotografia vai muito além de registrar momentos e eternizar histórias, ela se torna também uma manifestação artística a partir de diferentes olhares. Neste 19 de agosto, dia mundial da fotografia, o DOL conversou com fotógrafos e pesquisadores para entender um pouco mais dessa paixão que vai além do uso de uma câmera.

Sobre sua história, a fotografia chegou cedo ao Pará e rapidamente conquistou espaço no cotidiano dos paraenses. A pesquisadora e fotógrafa Desirée Giusti destaca que esta arte chegou a Belém em meados do século XIX e logo ganhou o coração das pessoas.

Segundo Desirée, a capital paraense recebeu a fotografia já em 1844, pouco depois de sua invenção. “Belém sempre foi um lugar que recebia novidades de fora, principalmente no período do ciclo da borracha, quando a cidade estava em pleno crescimento. O primeiro estúdio foi do fotógrafo Charles Fredricks, mas quem consolidou a fotografia aqui foi o português Felipe Augusto Fidanza, em 1867, com o Photo Fidanza, que virou referência por quase 100 anos”, destacou a pesquisadora.

Com o tempo, o hábito de fotografar se espalhou pela cidade. Nos anos 1960, os fotoclubes ajudaram a popularizar a prática. Já na década de 1980, Miguel Chikaoka e o projeto FotoAtiva transformaram a forma de pensar e aprender fotografia em Belém, abrindo espaço para novas linguagens e experiências. “Temos nomes fundamentais, como Luiz Braga, Walda Marques, Paula Sampaio e Elza Lima, cada um com um olhar muito próprio sobre a Amazônia, Belém e as pessoas daqui”, lembrou a fotógrafa.

Questionada sobre o papel das redes sociais na valorização da fotografia, Desirée faz uma distinção importante: “A fotografia ficou mais presente, mas não necessariamente mais valorizada. As redes democratizaram o acesso e a produção de imagens, o que é ótimo, mas também multiplicaram o volume de registros cotidianos, às vezes sem muita reflexão”.

Desirée Giusti é pesquisadora e fotógrafa.
📷 Desirée Giusti é pesquisadora e fotógrafa. |(Arquivo Pessoal)

Fotografia como identidade

A relação de Desirée com a câmera começou na adolescência. Aos 16 anos, ela participou de uma oficina de fotografia analógica no Curro Velho e descobriu sua vocação. “Foi um arrebatamento. Me apaixonei pelo laboratório, pela luz vermelha, pela delicadeza do processo. Ali tive certeza de que era isso que eu queria para minha vida”, contou.

Para ela, fotografar ultrapassa o simples ato de registrar momentos. “Susan Sontag escreveu que a fotografia é uma forma de encontrar um lugar no mundo. No meu caso, foi exatamente assim. A fotografia me ajudou a entender o mundo e a me entender nele”, refletiu.

Veja fotos de Desirée Giusti:

Luiz Braga: “A fotografia se confunde com a minha vida”

Indo além da arte, a fotografia é também um lugar de vocação, de encontrar a si mesmo e expressar sentimentos com um olhar único e delicado sobre um momento. Sendo assim, muito brasileiros ganharam o mundo sendo reconhecidos por seus trabalhos singulares, visões únicas de como registrar a realidade e criar novas realidades a partir da arte.

Um dos grandes nomes da fotografia brasileira com uma carreira consolidada nacional e internacionalmente, o paraense Luiz Braga, relembra como foi “escolhido” pela arte de registrar imagens ainda muito jovem. Aos 11 anos, ele descobriu no olhar fotográfico não apenas uma vocação, mas uma forma de se compreender no mundo e de se conectar com o outro. “Para mim é uma grande bênção ter a fotografia na minha vida, porque ela se confunde com a minha própria história. Desde os 11 anos, é a minha vida inteira”, afirma o fotógrafo.

Ao longo da carreira, Braga tem defendido que a fotografia vai muito além do registro do real. Para ele, a imagem fotográfica é, sobretudo, expressão artística e uma maneira de traduzir sentimentos e ideias. “Quando você coloca uma fotografia numa exposição ou numa publicação, está revelando ao mundo a sua forma de sentir um determinado assunto. A fotografia é uma arte capaz de expressar um ser humano para o outro”, explica Luiz.

Luiz Braga é um dos fotografos paraenses mais reconhecidos nacional e internacionalmente.
📷 Luiz Braga é um dos fotografos paraenses mais reconhecidos nacional e internacionalmente. |(Juliany Ledo)

Em tempos de transformações tecnológicas e novos formatos de divulgação, o fotógrafo reforça que a ferramenta não é o mais importante. “Se é analógico, digital, instantâneo, em rede social ou em exposição, isso é secundário. O que realmente importa é o olhar, o humano que está por trás da fotografia. Muitas pessoas se apegam ao modismo ou à técnica, mas o grande trunfo é sempre o olhar sensível e singular”, destaca.

Braga também vê na fotografia um caminho de descobertas constantes, tanto do mundo quanto de si mesmo. Ele conta que não trabalha com roteiros ou pautas definidas, mas se deixa levar pela intuição. “Eu não escolho exatamente os temas, eu vou ao encontro deles de forma espontânea. E acredito que viver no Pará é um privilégio, porque é uma terra visualmente rica, acolhedora para a fotografia e berço de tantos talentos. Isso faz com que a gente tenha, de fato, uma produção fotográfica maravilhosa por aqui”, ressalta Braga.

Aos que sonham seguir a mesma trilha, Luiz Braga deixa um conselho: disciplina e perseverança. Para ele, fotografar é uma prática contínua, feita de acertos e erros que constroem uma trajetória sólida. “Não acredito em sorte. Uma carreira não se faz com uma foto casual. É preciso fotografar sempre, se permitir errar, vibrar com os acertos e aprender com os erros. A fotografia é uma construção de vida. No fim, quando você olha para trás, percebe que construiu uma obra”, conclui.

Veja mais fotos de Luiz Braga:

Fonte: Laura Vasconcelos – 19/08/2025

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