Carlo Ancelotti assume a Seleção Brasileira com a missão de reconstruir o vestiário após a goleada para a Argentina e trazer confiança ao time.
O técnico Carlo Ancelotti já tem uma primeira missão clara na seleção brasileira: reconstruir o vestiário do time após o caos durante a goleada sofrida para a Argentina.
A reportagem ouviu relatos de discussão generalizada no vestiário após a goleada por 4 a 1 sofrida para a Argentina, em março deste ano, que culminou na saída de Dorival Jr. Fontes definiram o cenário como “caos” tanto no intervalo quanto no fim do jogo.
A seleção foi para o intervalo perdendo por 3 a 1, com atuação bastante ruim e tragédia anunciada. A discussão acalorada no vestiário não mudou os rumos do jogo.
A habilidade de mobilizar o vestiário é um dos atributos de Ancelotti mesmo quando lida com uma cultura diferente. Ele é notadamente reconhecido pela capacidade de se adaptar a um ambiente que inicialmente parece estranho a ele. Não por acaso, conseguiu ser campeão nas cinco principais ligas do mundo (Inglaterra, Itália, Espanha, França e Alemanha).
No cenário da última derrota, o Brasil se via em dificuldades táticas e de desempenho individual. O trabalho de Dorival Júnior estava deteriorado. Ancelotti foi o caminho que a CBF encontrou, ainda sob o comando do presidente Ednaldo Rodrigues, para trazer um treinador de renome e tarimbado. Embora essa seja a primeira experiência de Ancelotti em uma seleção.
A relação pessoal é um aspecto importante para mim. Não só com os jogadores, mas com todos os que trabalham. Dedico muita atenção a isso. Acredito que a relação pessoal é capaz de tirar algo mais do que uma relação só profissional. Eu treinei profissionais brasileiros espetaculares. O que distingue o jogador brasileiro é que eles são capazes de escolher quando fazer as coisas sérias e quando contar piadas. Eles fazem muito bem. Carlo Ancelotti, técnico da seleção
LÍDERES DE VOLTA
Naquele Argentina x Brasil, apenas um dos considerados maiores líderes recentes de vestiário da seleção estava presente: o zagueiro Marquinhos. Habitual capitão com Dorival, Danilo não havia sido convocado, enquanto Neymar estava fora por lesão, o goleiro Alisson havia sido cortado por concussão, enquanto Casemiro não chegou a jogar com Dorival.
O volante ex-Real Madrid e atualmente no Manchester United foi a principal novidade da convocação de Ancelotti. O italiano foi campeão de tudo com Casemiro no Real Madrid e ligou para o volante antes de aceitar a proposta da seleção brasileira para entender qual era o cenário do Brasil.
Danilo é outro que volta à convocação mesmo “sobrando” na lista. A convocação de Ancelotti já conta com quatro zagueiros e quatro laterais, o que já comporia titulares e reservas do setor, além de Danilo, que pode fazer as duas funções.
Neymar também recebeu um contato de Ancelotti, mas ficou fora da lista. Segundo o italiano, o camisa 10 do Santos está de acordo em ser ausência nesta data Fifa pois acabou de voltar de lesão.
O goleiro Alisson, que chegou a perder a condição de titular para Ederson, do Manchester City, retorna ao posto. O arqueiro do time de Guardiola ficou fora da lista por lesão, segundo Ancelotti.
Com a “cavalaria” de volta, exceção feita a Neymar, e a confiança do líder técnico do time, Vini Jr., Ancelotti tenta reconstruir um vestiário abalado. O jogo contra o Equador longe da altitude de Quito ajuda no processo, mas a exigente torcida de São Paulo é um desafio a mais para o jogo contra o Paraguai.
Fonte: Eder Transkini e Thiago Arantes/Folhapress – 02/06/2025