Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37 anos, tinha um filho de 11 anos. O marido foi preso 13 dias depois do crime, em um hotel. g1 entrou em contato com defesa dele, mas ainda não teve retorno.
Jaqueline Rodrigues Pereira, mulher de 37 anos que, segundo investigações, foi assassinada pelo marido com um tiro na cabeça em um assalto forjado, era mãe de um menino de 11 anos. De acordo com a família, ela havia se formado há um mês no curso de Gestão Ambiental e se curou de um câncer de mama em março deste ano.
O marido de Jaqueline, Adriano Forgiarini, também com 37 anos, foi preso na sexta-feira (26), em um hotel de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, 13 dias depois da morte de Jaqueline. Os dois se conheciam há 12 anos e estavam casados há dois anos.
A defesa de Adriano disse que está acompanhando o caso, mas não irá se manifestar no momento “para respeitar o andamento da investigação”.
Segundo a irmã, Ana Claudia Pereira, Jaqueline era conhecida pela alegria e determinação. Ela havia acabado de se recuperar de um câncer de mama.
“Mesmo enfrentando a doença por mais de um ano, ela nunca abaixou a cabeça. Nunca chorou, nunca demonstrou fraqueza. Sempre com um sorriso no rosto”, contou Ana Claudia ao g1.
Jaqueline era mãe de um menino e fazia planos para o futuro ao lado da família.
“Ela dizia que agora ia viver, sair com a família, aproveitar a vida, porque antes tinha sido um período difícil, com a doença e as contas”, relatou a irmã.
Recém-formada em Gestão Ambiental, Jaqueline trabalhava como afiadora de facas em um frigorífico em Itaipulândia, no oeste do Paraná.
Família não desconfiou do assalto forjado
Segundo Ana Claudia, a família, inicialmente, não desconfiou que o assalto que terminou com a morte de Jaqueline poderia ter sido forjado, porque a casa já havia sido assaltada anteriormente e o casal aparentava estar bem.
“Ele sempre foi uma pessoa quieta e reservada. Nunca desconfiamos de nada, nem Jaqueline reclamava de algo”, afirmou.
No entanto, ela acredita que o crime foi planejado. “Na noite anterior, eles vieram aqui, deixaram o filho comigo. Ele tirou a criança e a mãe de casa e ficou sozinho com ela. Acho que ele já estava planejando.”
Relembre o crime
As investigações da Polícia Civil do Paraná apontam que Adriano matou a esposa com um tiro na cabeça enquanto ela dormia, às 5h31 do dia 13 de setembro. Minutos depois ele usou o celular de Jaqueline para enviar uma mensagem no grupo da família.
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Mais de uma hora depois, segundo a polícia, Adriano atirou em si mesmo e começou a pedir socorro aos vizinhos. A ocorrência foi atendida pela polícia e registrada como roubo seguido de morte.
Segundo a polícia, ele foi levado ao hospital em estado grave, o que, segundo a polícia, reforçou a versão de que os dois tinham sido vítimas de criminosos.
O delegado Walcely de Almeida explicou que confirmou que o caso se tratava de um feminicídio por meio de uma câmera de segurança na residência do casal. Somente as imagens da câmera instalada na varanda não foram apagadas e, assim, a polícia pode ver a movimentação no imóvel e o áudio do momento do crime.
“A partir do que a gente tinha de cena do crime, com ajuda da família que deu alguns detalhes, e com os áudios, nós conseguimos chegar à conclusão de que ele disparou na cabeça dela por volta das 5h20 da manhã, na cama ainda”, o delegado explicou à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.
A polícia também suspeita que o corpo de Jaqueline foi arrastado até a área externa da casa, onde foi encontrado.
A arma do crime foi encontrada na propriedade da família.
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Conforme o delegado, desde o início da investigação havia suspeitas sobre o relato de Adriano. Durante quase duas semanas os investigadores ouviram testemunhas e reuniram provas que indicaram a participação dele no crime.
O caso é tratado pela polícia como feminicídio por motivo fútil. A motivação, entretanto, não foi divulgada.
Leia a nota da defesa de Adriano na íntegra:
A defesa de Andriano Forgiarini esclarece que acompanha atentamente as apurações em curso e reafirma sua confiança no devido processo legal e nas instituições responsáveis.
Por respeito à investigação em andamento, não serão prestadas declarações sobre o conteúdo dos fatos neste momento.
Reiteramos nosso compromisso com a ampla defesa e o contraditório, e agradecemos a compreensão da imprensa e da sociedade, frisando que qualquer manifestação será realizada nos autos e no tempo oportuno.
Fonte: Bruna Melo, Mayala Fernandes, g1 PR e RPC Foz do Iguaçu – 28/09/2025