segunda-feira, outubro 20, 2025
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US$ 20 bilhões: Argentina recebe socorro bilionário dos EUA dias antes de eleição crucial no país

O anúncio ocorre em meio à desvalorização do peso argentino e a poucos dias das decisivas eleições legislativas do governo do presidente ultraliberal Javier Milei, marcadas para 26 de outubro.

A Argentina oficializou nesta segunda-feira (20) uma linha de financiamento de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 108,7 bilhões) com os Estados Unidos, informou o banco central local. O empréstimo será feito por meio de um acordo de swap cambial, como parte de um plano para controlar a inflação e restaurar o crescimento econômico sustentável do país.

  • 🔎 O swap cambial é uma troca temporária de moedas entre países, usada para proporcionar maior estabilidade à economia local e reforçar as reservas internacionais (dinheiro e ativos em moeda estrangeira que os países guardam para se proteger de oscilações do dólar e fazer pagamentos ao restante do mundo).

O anúncio ocorre em meio à desvalorização do peso argentino e a poucos dias das decisivas eleições legislativas do governo Milei, marcadas para 26 de outubro.

A Argentina tem buscado apoio dos Estados Unidos para conseguir estabilizar a sua economia. Isso porque além da inflação ainda elevada e da desvalorização da moeda, o país também enfrenta uma onda de fuga de capitais e uma baixa reserva de dólares. (Entenda mais abaixo)

“O objetivo do acordo é reforçar a estabilidade macroeconômica da Argentina, com foco na preservação dos preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável”, afirmou o Banco Central da Argentina em nota oficial.

  • 🔎 Na prática, a ideia é que a operação de swap cambial ajude a Argentina a aumentar suas reservas em dólar sem precisar recorrer a empréstimos tradicionais. Após um prazo determinado, o país devolve a moeda recebida, com ajustes de juros ou câmbio.

Diferentemente do Brasil, a economia argentina é muito mais dependente do dólar. Décadas de crises econômicas, inflação alta e desvalorizações do peso levaram os argentinos a usar a moeda americana como forma de proteger suas economias e garantir estabilidade. Hoje, imóveis, carros e até serviços são negociados em dólar no país, e qualquer variação na cotação impacta diretamente os preços.

Os Estados Unidos também prometeram ao presidente argentino, Javier Milei, outros US$ 20 bilhões, em recursos públicos e privados, para enfrentar as turbulências do mercado — desde que ele alcance um bom resultado nas urnas. Ao todo, o socorro financeiro à Argentina soma US$ 40 bilhões (o equivalente a R$ 217,6 bilhões).

O presidente americano, Donald Trump, justificou o apoio à Argentina: “Eles não têm dinheiro (…), estão lutando para sobreviver”, declarou à imprensa no domingo.

Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo do presidente argentino tem sofrido impasses nos últimos meses.

Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos peronistas.

O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato.

Ajuda financeira

O apoio dos EUA à Argentina já havia sido prometido por Trump no mês passado, após ter se encontrado com Milei na Assembleia Geral da ONU. À época, o republicano elogiou o presidente argentino e prometeu apoio ao país.

A confirmação da ajuda veio após reunião entre as principais autoridades financeiras dos dois países, em Washington, na semana passada.

Antes do encontro entre os líderes, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já havia declarado que a Casa Branca estava disposta a fornecer amplo apoio à Argentina, incluindo uma linha de swap de US$ 20 bilhões.

Em publicação no X na semana passada, Bressent reiterou o compromisso com o país.

A piora na percepção dos argentinos sobre a economia tem pesado na queda da popularidade de Javier Milei.

Apesar da forte desaceleração da inflação — que caiu de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024 — a economia dá sinais de estagnação, e o próprio presidente admitiu que o país está “paralisado”.

O custo de vida segue alto, os salários perderam poder de compra e o desemprego, embora estável em 7,6%, convive com o avanço da informalidade, que atinge 43,2% da população ativa.

A redução de subsídios também encareceu serviços como energia, transporte e telefonia, e os investimentos estrangeiros esperados não se concretizaram.

Enquanto empresários elogiam o ajuste fiscal e o controle da inflação, criticam o alto custo de produção e os juros elevados — que ultrapassaram 60% para pequenas e médias empresas. A atividade industrial caiu 3% em agosto, reforçando o cenário de desaceleração.

Fonte: Redação g1 — São Paulo – 20/10/2025

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