segunda-feira, agosto 11, 2025
InícioMUNDOApós vídeo de Felca, juíza alerta sobre perigo de redes sociais para...

Após vídeo de Felca, juíza alerta sobre perigo de redes sociais para crianças: ‘Internet é lugar público e perigoso’

Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, esclareceu a urgência do assunto e alertou as famílias sobre o uso de redes por menores. “É importante lembrar que a imagem dos filhos pertence aos filhos, não aos pais”

Na última quarta-feira (6), o youtuber Felca, com mais de 4 milhões de inscritos, publicou em seu canal um vídeo intitulado “Adultização”, em que denuncia o influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração de menores e alertando sobre os riscos das redes sociais para crianças e adolescentes.

O conteúdo viralizou e reacendeu o debate público sobre exposição infantil e direitos na internet.

A conta de Hytalo Santos saiu do ar no Instagram — ainda não há confirmação sobre relação com a denúncia de Felca. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apura, desde 2024, outras denúncias contra o paraibano também por exploração de menores.

Em entrevista ao Conexão GloboNews na manhã desta segunda-feira (11), a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, falou sobre urgência do assunto.

“A internet é um lugar público e perigoso. Então, da mesma forma que você não vai imprimir mil fotos do seu filho e sair distribuindo para qualquer estranho que passar na rua, você também não deve postar essas fotos no ambiente digital”, comenta a juíza.

A juíza alertou que, muitas vezes, a publicação de imagens de crianças e adolescentes nas redes sociais pode facilitar o acesso de criminosos, que utilizam esses conteúdos para cometer crimes.

“Quando um pai e uma mãe postam fotos e vídeos dos filhos pequenos em perfis de redes sociais abertos ou mesmo fechados, eles estão entregando esse material de bandeja para predadores sexuais, para pedófilos”, alerta.

Ela também falou sobre o conceito de sharenting, a exposição de conteúdos pelos pais na internet: “É importante lembrar que a imagem dos filhos pertence aos filhos, não aos pais. Nós não somos donos dos conteúdos dos nossos filhos, e é injusto a gente usar essa imagem só porque eles são pequenos”.

Ainda segundo Vanessa, o Brasil precisa voltar a atenção para a regulação das big techs. “A gente precisa continuar falando na regulação da atividade das redes sociais, das big techs, no ambiente digital para a proteção de crianças e adolescentes”, diz.

Projeto de lei

A magistrada lembrou, no Conexão, que tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2628/2022, que já foi aprovado no Senado. O projeto é uma proposta que cria regras para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital.

Ele se aplica a qualquer produto ou serviço de tecnologia da informação — como redes sociais, aplicativos, jogos online e serviços de monitoramento — que possa ser usado por menores, mesmo que a empresa esteja fora do Brasil.

“Esta discussão ser suprapartidária, não importa qual orientação política de cada um. Essa urgência da proteção das crianças e dos adolescentes no ambiente virtual não pode ser sequestrada pela polarização política”, aponta a magistrada.

“Porque é interesse de todo mundo que as crianças e os adolescentes não estejam sujeitos a violência, a mortes, a instigação de automutilação, a serem cooptados por criminosos a serem vítimas de predadores sexuais”, continua.

“É preciso que o poder público faça leis para que as plataformas, as empresas que lucram bilhões de dólares anualmente com essa atividade sejam responsabilizadas por cumprir as regras que elas próprias colocam, como a idade mínima para usar, para estar nas redes, em alguns, algumas plataformas é 13 anos, outras é 16, outras é 18 anos, e a gente sabe que muito antes disso as crianças acabam usando”, pontua.

Fonte: Redação g1 – 11/08/2025

COMPARTILHE

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

POSTS RELACIONADOS
- Publicidade -
Cigana das 7

Mais Populares