segunda-feira, agosto 25, 2025
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Preso por ameaçar Felca vendia material infantil na internet, diz Derrite

Cayo Lucas foi detido em Pernambuco nesta segunda-feira (25) pela Polícia Civil de São Paulo. O homem lucrava com a venda de vídeos e fotos de vítimas de estupro virtual.

O homem preso por ameaçar o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, também vendia material infantil na internet, segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

O secretário comemorou a prisão de Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 21 anos, em Pernambuco, nesta segunda-feira (25), em uma publicação nas redes sociais:

“A Polícia Civil de São Paulo acaba de prender em Pernambuco um indivíduo que ameaçou o youtuber Felca após as suas denúncias. Um belo trabalho de investigação que levou até a esse criminoso que, além das ameaças, vendia material infantil nas redes”, escreveu.

Segundo a polícia, o suspeito lucrava com a venda de vídeos e fotos das vítimas de estupro virtual e, por isso, passou a ameaçar Felca.

A prisão de Cayo é decorrente de uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo, emitida em caráter de urgência no dia 17 de agosto. O influenciador solicitou ao Google Brasil a quebra de sigilo de dados de um e-mail específico que o ameaçava. A TV Globo tenta contato com a defesa dele.

Felca alega ter recebido ameaças de morte e falsas acusações de pedofilia após publicar o vídeo sobre a “adultização” nas redes sociais, o que configurava um risco concreto à sua segurança pessoal. O tribunal acolheu o pedido e ordenou que o Google fornecesse em 24 horas as informações de identificação do usuário responsável pelo e-mail, incluindo IPs de acesso e dados cadastrais.

Preso por ameaçar Felca é preso pela Polícia Civil de SP — Foto: Reprodução/Polícia Civil
Preso por ameaçar Felca é preso pela Polícia Civil de SP — Foto: Reprodução/Polícia Civil

O suspeito estava acompanhado de outro homem quando foi preso em sua casa em Olinda. No momento da prisão, constatou-se que o computador de Cayo estava aberto na tela de acesso à plataforma de Segurança Pública do Estado de Pernambuco, “circunstância que reforça a gravidade da conduta e será objeto de análise pericial”.

Após ser preso, Cayo foi levado à delegacia responsável, onde os procedimentos legais foram formalizados. Já o outro homem deve ser apresentado à autoridade policial, sob a suspeita de envolvimento no crime previsto no artigo 154-A do Código Penal — que trata de invasão de dispositivo informático — em situação de flagrante.

O que diziam os e-mails

Os e-mails com ameaças foram enviados no dia 16 de agosto e fazem referência ao vídeo no qual Felca denunciou o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores de idade nos conteúdos que divulga nas redes sociais.

Em um dos e-mails, enviado às 5h30 da manhã, o remetente diz “você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos”. A mensagem prossegue com ameaças: “Você tá enganado você vai ferrar muito sua vida”, “prepara pra morrer” e “você vai pagar com a sua vida”. Um segundo e-mail, enviado às 8h05 pelo mesmo remetente, reitera as ameaças.

Seguranças e carro blindado

Felca revelou durante entrevista ao podcast PodDelas que passou a andar com carro blindado e seguranças na capital paulista, onde mora, para se proteger de ameaças depois de publicar vídeos com denúncias.

Ele ganhou destaque ao se posicionar contra o envolvimento de influenciadores com apostas esportivas, conhecidas como bets, criticando a forma como as plataformas são divulgadas nas redes. Em seu vídeo mais recente, intitulado “Adultização”, Felca denunciou o influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração de menores e alertou sobre os riscos das redes para crianças e adolescentes.

“[Estou recebendo] muitas [ameaças], de assuntos delicados. Muitas, muitas. Comecei a andar com carro blindado e segurança. Muitas ameaças, sim. A questão das bets, por exemplo, vieram muitas ameaças. A questão da adultização existe uma ameaça de processo. Provavelmente existe e a gente conta com isso, que vai existir alguns processos aí. Mas é o lado da verdade. Se ninguém fala, ninguém vai falar”, afirmou, ao ser questionado se havia recebido ameaças por conta de seus vídeos.

O youtuber também afirmou que levou cerca de um ano para fazer o vídeo e ouviu uma psicóloga para explicar sobre adultização.

“Quando eu tive a ideia de fazer o vídeo, foi há mais de um ano. Esse vídeo demorou muito para fazer, porque a gente teve que procurar psicóloga, a gente teve uma entrevista com a psicóloga falando sobre adultização. É uma psicóloga maravilhosa de São Paulo, especializada em criança”, contou.

“Eu realmente mergulhei no lamaçal. Foi muito aversivo fazer esse vídeo. É terrível a gente olhar essas cenas. Dá vontade de chorar, de vomitar, é terrível. Mergulhei no lamaçal. O que a gente está fazendo aqui é uma gota no oceano. Mas, sem essa gota, o oceano seria menor. Então, vale a pena fazer”, ressaltou.

O vídeo tem 50 minutos e, nele, o youtuber faz um compilado de denúncias sobre influenciadores que abusam da imagem de crianças. Também relata como o algoritmo funciona para divulgar esse tipo de conteúdo.

A denúncia de Felca viralizou e reacendeu o debate público sobre a exposição de crianças e os direitos delas na internet.

“A gente fala sobre esses casos e de como algoritmo favorece. Você vê que o público dessa criança, por exemplo, não são pessoas que estão engajadas no conteúdo que a criança está fazendo. É um público de pedófilos. Você vê nos comentários que são pessoas mandando coraçãozinho, falando para mostrar mais. Os pais incentivam isso porque eles entendem que existe o universo de consumidores sobre isso. Os vídeos monetizam, e os pais expõem a criança a isso”, afirmou ele na entrevista ao podcast PodDelas.

A juíza alertou que, muitas vezes, a publicação de imagens de crianças e adolescentes nas redes sociais pode facilitar o acesso de criminosos, que utilizam esses conteúdos para cometer crimes.

“Quando um pai e uma mãe postam fotos e vídeos dos filhos pequenos em perfis de redes sociais abertos ou mesmo fechados, eles estão entregando esse material de bandeja para predadores sexuais, para pedófilos”, alertou.

Ela também falou sobre o conceito de “sharenting”, a exposição de conteúdos pelos pais na internet: “É importante lembrar que a imagem dos filhos pertence aos filhos, não aos pais. Nós não somos donos dos conteúdos dos nossos filhos, e é injusto a gente usar essa imagem só porque eles são pequenos”.

Quem é Felca

Felca  — Foto: Reprodução/Canal Youtube
Felca — Foto: Reprodução/Canal Youtube

Felca é natural de Londrina, no norte do Paraná, mas atualmente mora em São Paulo. Ele possui mais de 5,23 milhões de inscritos no canal dele no Youtube, que foi criado em julho de 2017. No Instagram, são mais de 13,7 milhões de seguidores.

Ele ficou famoso ao publicar vídeos de reacts, conteúdos em que pessoas falam sobre as suas reações com produtos ou serviços ou até sobre outros vídeos, e conteúdos humorísticos.

Em setembro de 2023, o g1 conversou com o youtuber sobre as lives NPC, após ele conquistar 1 milhão de seguidores no Tik Tok em apenas quatro dias.

Infográfico - Entenda o debate sobre 'adultização' que viralizou nas redes envolvendo Felca e Hytalo. — Foto: Arte/g1
Infográfico – Entenda o debate sobre ‘adultização’ que viralizou nas redes envolvendo Felca e Hytalo. — Foto: Arte/g1

Fonte: Redação g1 SP – 25/08/2025 

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